RELATO DE EXPERIÊNCIA
Colégio Estadual João Paulo I, Curitiba – PR
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Séries: 2os e 3os anos, Ensino Médio
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Descrição da experiência
1 – Objetivos
Montagem de infografia como atividade em filosofia tem quatro objetivos interconectados cuja pedra de toque é permitir aos estudantes realizar síntese entre expressividade estética e filosofia: Explorar os argumentos filosóficos expressando-os sucinta, mas adequadamente; refletir sobre as vantagens e limitações que imagens têm ao representar as coisas; refletir sobre a hierarquização gráfica dos temas filosóficos escolhidos; discutir sobre o papel da sensibilidade na interpretação de argumentos.
2 – Justificativa
Sendo a infografia um recurso editorial que representa visualmente determinadas informações. Ela tem como principal recurso dinamizar informações complexas, que o texto escrito não conseguiria com a mesma eficácia. Tendo como máxima a afirmação de Kant de que “só é possível aprender a filosofar, ou seja, exercitar o talento da razão, fazendo-a seguir os seus princípios universais em certas tentativas filosóficas já existentes” (KANT: 1983, 407-408), demonstra-se a necessidade de mostrar ao estudante aspectos crucias da história da filosofia. A dimensão interdisciplinar do conhecimento é fundamental para a Diretriz Curricular de Filosofia do Estado do Paraná (PARANÁ: 2008, 27). Trabalhar infografia com alunos secundaristas introduz esta dimensão, já que o infográfico lida com aspectos pertinentes à língua portuguesa, à história e às artes, por exemplo. Ainda falando em termos da Diretriz (PARANÁ: 2008, 49 e ss.), a perspectiva que os estudantes criem conceitos filosóficos requer que o professor introduza a experiência filosófica. Esta experiência filosófica, arraigada em sua historicidade, tem como pressuposto que o estudante pesquise e compreenda o argumento filosófico. A infografia como atividade de filosofia seria então a tentativa de aproximar o pensamento filosófico em sua complexidade, hierarquização e generalidade, do estudante. De tal modo que o ele seja capaz não só de expressar graficamente essa trindade, como saber justificar estas decisões estéticas.
3 – Descrição Metodológica:
A execução da atividade, desde a apresentação da proposta até a entrega e apresentação contou-se um mês. De início dividiu-se a turma em equipes com até seis estudantes, onde cada um escolheria um tema de ética à sua escolha. Para a correta visualização da proposta da atividade, foram separadas três aulas para discutir e montar um esboço do infográfico. No primeiro momento, refletiu-se sobre o que é infografia, seu papel no mundo contemporâneo, mostrando aos estudantes revistas e jornais que utilizam este recurso. Para em seguida apresentar a proposta da atividade, bem como os critérios a serem atingidos. Uma semana antes da entrega, com os temas éticos já definidos pelos grupos, foram feitos pequenos exercícios para a correta montagem do infográfico. Para estes exercícios foram utilizados algumas questões guias: “Qual é o objetivo de seu infográfico? Justifique.”; “O que o leitor precisa saber está claro?”; “É possível que alguém que nunca tenha tido contato com a filosofia ter uma noção clara do tema escolhido?”; “Que metáfora visual você usaria para ilustrar o tema escolhido?”. No dia da entrega cada grupo deveria apresentar seu infográfico, explicando as escolhas q nortearam sua realização. Em seguida foram inquiridos sobre o conteúdos pertinentes à montagem, referências bibliográficas e principalmente sobre o conteúdo exposto.
A utilização dos recursos utilizados agrupa-se em três, a visualização da proposta de trabalho, a pesquisa e apresentação. Para a visualização, lançou-se mão de revistas e jornais que mostravam infográficos e a televisão pen drive, na qual foram repassados um vídeo e slides que mostravam os requisitos para a feitura do material. Já durante a pesquisa, mas fora do horário de aula, em contraturno, os estudantes tiveram a oportunidade de usar tanto a biblioteca quanto o laboratório de informática. Por último, a apresentação, os grupos definiram o formato que mais se adequava à sua realidade, como cartaz, banner etc.
Os critérios utilizados para avaliação da atividade estão divididos em duas categorias, conteúdo e forma. No primeiro caso refere-se à adequada utilização do tema escolhido pelo grupo. De tal modo que o resultado da pesquisa seja coerente com esse tema. O segundo critério refere-se à apresentação do material: os aspectos lingüísticos regidos pela norma padrão do português, clareza nas afirmações; a arte visual do infográfico, cuja conformidade deve ser clara com o tema escolhido.
4 – Resultados / Avaliação da experiência
A avaliação da experiência voltou-se para dois aspectos: a recepção dos estudantes à proposta de atividade; e a verificação do impacto da atividade na aprendizagem escolar dos alunos.
No primeiro caso, a atividade teve boa aceitação por parte do alunado, o que se percebe pela taxa zero de não realização da atividade. O único porém foi o grupo que atrasou a entrega em um dia. No segundo caso, observou-se que a preocupação em realizar a atividade traduziu-se em bom aproveitamento na aprendizagem, onde a esmagadora parte das turmas envolvidas na atividade soube corretamente justificar o tema, amalgamado com as escolhas estéticas.
5 – Referências Bibliográficas
1. BRASIL. Orientações curriculares do ensino médio. Brasília. MEC/SEB, 2006.
2. KANO, Mario Infografia passo a passo. Slides. Disponível em http://pt.scribd.com/doc/8405929/Infografia-Passo-a-Passo-por-Mario-Kanno acesso em 10 de fevereiro de 2012 .
3. KANT, I. Crítica da Razão Pura. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
4. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná: Filosofia. Curitiba: SEED-PR, 2008.
5. Filosofia. Vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. 336 p. (Livro Didático Público)
Registros materiais da experiência